domingo, 6 de setembro de 2009

Papa evoca “tragédia do Holocausto

Mensagem em Viterbo para o encontro inter-religioso de Cracóvia
Papa evoca “tragédia do Holocausto”
06.09.2009 - 19h17 António Marujo
O Papa Bento XVI recordou hoje, em Viterbo (norte de Roma) a “tragédia do Holocausto”, dias depois da celebração, em Gdansk (Polónia), dos 70 anos do início da II Guerra Mundial. “Não podemos deixar de recordar os factos dramáticos que deram lugar a um dos mais terríveis conflitos da história, que fez dezenas de milhões de mortos e provocou tantos sofrimentos ao bem-amado povo polaco”, afirmou o Papa, citado pela AFP durante a oração do Angelus.Com a sua mensagem, o Papa saudava também os participantes de um congresso internacional inter-religioso, promovido pela Comunidade de Santa Egídio e que decorre em Cracóvia, a cidade onde Karol Wojtyla foi bispo antes de eleito como Papa João Paulo II. O Papa referiu o Holocausto como o “extermínio de tantos inocentes” e disse que a memória destes acontecimentos incita a rezar pelas vítimas e aqueles que trazem ainda feridas nos seus corpos e no seu coração”. Na mensagem, Bento XVI apelou ainda a que a memória da guerra seja “um incitamento a não repetir tais barbáries e a intensificar os esforços para construir numa época, ainda marcada pelos conflitos e pelos antagonismos, uma paz durável, transmitindo, sobretudo às novas gerações, uma cultura e um estilo de vida cheio de amor, de solidariedade e de estima do outro”. O Papa sublinhou o contributo que as religiões “podem e devem dar para a promoção do perdão e da reconciliação contra a violência, o racismo, o totalitarismo e o extremismo”. O Congresso “Homens e Religiões”, reúne responsáveis de diferentes religiões, bem como personalidades da vida social e política, ateus e agnósticos. Em 2000, o mesmo congresso realizou-se em Lisboa e terminou com o pedido de perdão do cardeal-patriarca pelos actos de perseguições aos judeus ocorridos em Lisboa, nomeadamente pelo massacre de 1506. Na missa que celebrou ontem em Viterbo, cidade que acolheu a sede do papado durante 24 anos no século XIII, o Papa disse ainda que os cristãos não devem ter medo de se envolver na política. Perante cerca de 20 mil pessoas, ainda de acordo com a AFP, o Papa defendeu “uma humanidade sem discriminação, sem exclusão (...) para que o mundo seja para todos um lugar de verdadeira fraternidade”. “Tornamo-nos cegos incapazes de ver a realidade, fechamos as orelhas para não ouvir o grito dos que imploram ajuda, endurecemos o coração na indiferença e no egoísmo”, disse ainda o Papa. Vários responsáveis e grupos católicos italianos criticaram nos últimos meses a política do Governo de Berlusconi sobre a imigração. http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1399386

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